Meu ronco pode ser um sinal de alerta?
- Thais Haliz

- 23 de jan.
- 3 min de leitura
Atualizado: 27 de jan.
Atualmente, com a correria do dia a dia, percebemos que as pessoas têm cada vez menos tempo para dormir e apresentam sono de baixa qualidade, não restaurador.
Então, é comum quando uma pessoa dorme bem, dizer a seguinte frase: “Nossa, eu dormi tão bem essa noite que até ronquei.”
E aí vem o primeiro sinal de alerta: RONCAR NÃO É NORMAL!
O ronco pode ser o primeiro sinal da apneia obstrutiva do sono, uma parada respiratória que fazemos enquanto dormimos. Sabe aquela sensação de estar caindo, sonhar que está em perigo, afogando e acordar assustado com o coração acelerado? Essa é a sensação de quem tem despertares por apneia do sono, doença que pode trazer sérias consequências à saúde.
Entre os fatores de risco mais importantes, encontramos a obesidade, que diminui o calibre da via aérea e faz com que o indivíduo tenha dificuldade de respirar durante a noite. Ainda, podemos destacar o envelhecimento, tabagismo, mulheres pós menopausa e consumo de álcool.
E por que devo me preocupar com o ronco e apneia do sono?
O sono é composto por várias fases: superficial, ondas lentas ou sono profundo e sono REM (Rapid Eye Movement).
No início da noite, fazemos ciclos longos entre 20 a 40 minutos de sono profundo e isso é essencial para acordarmos com disposição no dia seguinte. Quando fazemos apneia nessa fase do sono, o que é comum devido ao relaxamento muscular, o corpo nos tira do sono profundo e retornamos ao sono superficial ou até mesmo para a vigília. E aí, dormimos 9 horas durante a noite e acordamos com a sensação de cansaço, como se não tivéssemos dormido.
É assim que os primeiros desconfortos começam a acontecer:
Sonolência excessiva diurna;
Dificuldade de concentração;
Desânimo;
Ansiedade;
Depressão.
Outra fase muito importante do sono é o sono REM. Nessa fase temos a consolidação da memória. Quando somos despertados nessa fase, nosso sono REM fica comprometido e começamos a ter sérios problemas de memória.
Depois de perceber essa piora na qualidade de vida, é comum iniciar sintomas clínicos como:
Doenças cardiovasculares: a interrupção do sono durante a noite, pode levar a hipertensão arterial sistêmica, arritmias e a queda de oxigênio intermitente pode até levar a infartos ou derrames;
Alterações metabólicas: a apneia do sono está associada a um maior risco de desenvolver resistência à insulina e diabetes tipo 2;
Disfunção sexual: a falta de sono e oxigênio pode afetar a libido e o desempenho sexual;
Alzheimer: a falta de sono profundo prejudica a restauração cerebral e consolidação da memória.
Como diagnosticar se meu ronco pode ser apneia do sono?
O exame de polissonografia é capaz de mostrar se o indivíduo faz paradas respiratórias, quanto tempo essas paradas duram, se há queda de oxigenação, se há fragmentação do sono e risco cardiovascular aumentado. Além disso, já é possível realizar o exame dormindo no conforto da sua casa, o que aumenta a chance do paciente manter uma rotina noturna mais próxima da realidade.
Tratamento
O tratamento é revolucionário, já que devolve ao paciente qualidade de sono, qualidade de vida e diminui os riscos cardiovasculares.
Trata-se de um aparelho chamado CPAP que através de uma máscara envia uma pressão positiva na via aérea durante toda a noite, evitando o seu fechamento. Por consequência, o paciente deixa de roncar e consegue passar por todas as fases do sono.
Atualmente as máscaras são pequenas, chamadas de mínimo contato, são acolchoadas, algumas possuem até almofada viscoelástica, trazendo conforto e uma noite de sono restauradora.
Dormir bem é um sonho possível!

Comentários